A Classificação Internacional de Doenças (CID) é uma ferramenta muito importante para a medicina, já que auxilia na padronização e categorização de diversas condições, inclusive o autismo. Sua última versão, a CID-11, trouxe algumas mudanças significativas para o diagnóstico do espectro.
O que é a CID?
Desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde, a CID faz parte do cotidiano dos médicos e funciona como uma escala de classificação mesmo. Sua função principal é supervisionar a incidência e prevalência de doenças, através de uma padronização universal. Dessa maneira, o trabalho de todos os profissionais de saúde segue a mesma linha de raciocínio, facilitando a identificação de qualquer anormalidade e os cuidados adequados para ela.
Sendo assim, a Classificação Internacional de Doenças é peça indispensável do diagnóstico de autismo. Tanto os médicos quanto os terapeutas envolvidos na intervenção utilizam a CID, alinhada aos relatórios e avaliações – como psicopedagogia e neuropsicológica – para criarem um plano terapêutico.
O autismo na CID
A CID divide as características em códigos, que ajudam os médicos a compreender e identificar as características de cada normalidade. O autismo, na CID-11, é prescrito código 6A02 – mas na versão anterior da escala (CID-10) o TEA não tinha um regulamento específico.
CID-10
Na CID-10, versão anterior à mais atual, o autismo estava inserido nos Transtornos Globais do Desenvolvimento, do código F84:
Transtornos Globais do Desenvolvimento (F84):
Autismo Infantil (F84.0)
Autismo Atípico (F84.1)
Transtorno Desintegrativo da Infância (F84.3)
Transtorno com Hipercinesia Associada a Retardo Mental e a Movimentos Estereotipados (F84.4)
Síndrome de Asperger (F84.5)
Outros TGD (F84.8)
TGD sem Outra Especificação (F84.9)
Dessa forma, não existia um código “exclusivo” do TEA. Com o avanço dos estudos sobre o transtorno, tornou-se necessária uma atualização na CID, uma vez que o código F84 não considerava todas as especificidades do espectro e, assim, poderia resultar num diagnóstico inexato.
CID-11
Na CID-11, todos os transtornos que fazem parte do espectro do autismo, como o autismo infantil, a Síndrome de Asperger, o transtorno desintegrativo da infância e o transtorno com hipercinesia, por exemplo, foram reunidos em um único diagnóstico: o TEA (Transtorno do Espectro do Autismo), prescrito pelo código 6A02.
Sendo assim, as subcategorias são relacionadas a algum prejuízo da linguagem funcional ou deficiência intelectual. Segundo a OMS, a intenção por trás dessa alteração é a de facilitar o diagnóstico, evitar erros e simplificar a codificação, promovendo melhor acesso aos serviços de saúde. Confira:
6A02 – Transtorno do Espectro do Autismo (TEA):
6A02.0 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;
6A02.1 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;
6A02.2 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com linguagem funcional prejudicada;
6A02.3 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com linguagem funcional prejudicada;
6A02.4 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com ausência de linguagem funcional;
6A02.5 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com ausência de linguagem funcional;
6A02.Y – Outro Transtorno do Espectro do Autismo especificado;
6A02.Z – Transtorno do Espectro do Autismo, não especificado.
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